Quanto vale uma vida? Parelhas registra o 10° homicídio em 2012
Você já parou para pensar nesta pergunta? O natural seria responder que nada pode pagar o direito de crescer, desenvolver, sonhar, realizar… Enfim, viver. Mas ao que parece, em nosso país, cada dia mais, a resposta está sendo bem diferente. A resposta vem em forma de gestos e gestos violentos. Atitudes que demonstram que no Brasil, vidas estão sim tendo um preço e preço de nada. Um valor que não se resume muitas vezes a dinheiro, mas simples desejo de saborear o sabor da vingança.
Este mês o Governo Federal lançou a campanha “Conte até dez”, com o objetivo de fazer com que as pessoas possam pensar duas vezes antes de ter uma atitude violenta, mas parece que ainda estamos longe de alcançarmos o êxito desejado.
Lembro que no meu tempo de criança, homicídio era coisa de televisão. Fatos da realidade apenas de Rio e São Paulo. Isso sem falar de que eram em proporções bem menores do que hoje. Quando um assassinato acontecia na minha “ex-pacata” cidade de Parelhas-RN, era assunto para se falar o ano inteiro.
Infelizmente esta realidade mudou e muito. Hoje, dia 21 de novembro de 2012, perdemos mais um jovem, vítima de violência. Hícaro Cleiton Borges, de 17 anos, era um rapaz trabalhador, não tinha envolvimento com drogas e tinha se tornado pai há poucos dias. Tive a oportunidade de conhecê-lo porque foi meu aluno de projovem e posso dizer que era “um cara legal”.
Era por volta das seis e meia da tarde, quando o adolescente foi abordado por dois homens em uma moto, que efetuaram vários disparos. A vítima foi socorrida para o hospital da cidade, mas não resistiu. Até agora, a polícia não sabe quem foram os assassinos e qual foi o motivo do crime, apesar de haver uma tese de que o homicídio pode ter sido motivado por vingança contra o pai de Hígaro, que recentemente se envolveu em uma briga.
Com a morte do rapaz, o número de homicídios em Parelhas já chega a 10 somente este ano. Uma estatística jamais atingida em anos anteriores. Uma pena!
Só nos resta desejar que Hígaro não se torne mais um número dentro de relatórios policiais, e sim, que haja justiça. Este crime, assim como muitos outros, não pode ficar impune.
Wanderley Filho
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